December 30, 2005
December 28, 2005
Hoje deu-me para isto...
Uma amiga mandou-me o texto do MEC, os poemas vieram no meio da chuva de ideias.
Melhor que vocês comecem a participar antes que eu inunde tudo de poesias 'amorosas' - há dias assim... :)
Adorei o texto do MEC. Lembram-se da minha depressão de há uns anos? Um dia, pensei: trabalhinho, casinha, namoradinho, vidinha... NAAAaaaOOOooo!!
Levou uns tempos a passar mas encontrei um remédio excelente - encher e esvaziar a mochila. Ou esvaziar e encher que é quase o mesmo but not quite... ;)
Sejam felizes!! Beijo enorme, cheio de saudades!
Publicada por Susana G Santos à(s) 12:43 pm 0 comentários
Elogio ao Amor - MEC
por Miguel Esteves Cardoso in Expresso
"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina.
O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.
O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Publicada por Susana G Santos à(s) 12:23 pm 0 comentários
Etiquetas: 'Essentials', Love, Miguel Esteves Cardoso
Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in «Poesia Completa»
Publicada por Susana G Santos à(s) 12:02 pm 0 comentários
Etiquetas: Poemas
Amor é um fogo...
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões (ca. 1524-1580)
Publicada por Susana G Santos à(s) 11:48 am 0 comentários
Etiquetas: Poemas
December 27, 2005
Parce qu'on vient de loin
Wonderful song by Corneille.
Nous sommes nos propres pères
Si jeunes et pourtant si vieux, ça me fait penser, tu sais
Nous sommes nos propres mères
Si jeunes et si sérieux, mais ça va changer
On passe le temps à faire des plans pour le lendemain
Pendant que le beau temps passe et nous laisse vide et incertain
On perd trop de temps à suer et s'écorcher les mains
A quoi ça sert si on n'est pas sûr de voir demain
A rien
{Refrain:}
Alors on vit chaque jour comme le dernier
Et vous feriez pareil si seulement vous saviez
Combien de fois la fin du monde nous a frôlés
Alors on vit chaque jour comme le dernier
Parce qu'on vient de loin
Quand les temps sont durs
On se dit : "Pire que notre histoire n'existe pas"
Et quand l'hiver perdure
On se dit simplement que la chaleur nous reviendra
Et c'est facile comme ça
Jour après jour
On voit combien tout est éphèmere
Alors même en amour
J'aimerai chaque reine
Comme si c'était la dernière
L'air est trop lourd
Quand on ne vit que sur des prières
Moi je savoure chaque instant
Bien avant que s'éteigne la lumière
{au Refrain}
Jour après jour
On voit combien tout est éphémère
Alors vivons pendant qu'on peut encore le faire
Mes chers
{au Refrain}
Corneille's biography
Publicada por Susana G Santos à(s) 2:33 pm 0 comentários
Etiquetas: Music
Live each day...
"Live each day as if it was the first, the last and the only of your life."
Publicada por Susana G Santos à(s) 2:28 pm 0 comentários
Etiquetas: Phrases
The Celestine Prophecy
James Redfield's novel is coming out on the movies next year. Thanks, Filipa! :)
Celestine Prophecy - on IMDB
I say, there's nothing like the real thing, that is, the book. But I suppose I'll eventually watch the movie.
Publicada por Susana G Santos à(s) 2:07 pm 0 comentários
Tuesdays with Morrie
Maybe because it's Tuesday... and I usually chat with friends on Tuesdays. I don't know why, people just happen to be available.
Tuesdays with Morrie was my bedtime book last October. Or, better said, my night-time book, since I'd pick it up as soon as I'd arrive home.
It was one of those 'coincidences' - I got it on a 2nd hand bookshop in Madrid, because it had a nice hard cover and a good price. And brought it to Manila thinking I'd leave here when I'd left.
I liked it so much I wanted everybody to read it! Because some things you just can't leave for tomorrow...
Tuesdays with Morrie by Mitch Albom, published by Doubleday.
Publicada por Susana G Santos à(s) 1:19 pm 0 comentários
Etiquetas: Books
December 20, 2005
Have a joyful Christmas!
As much as I try... I won't get a better Xmas postcard! :)
A MERRY, MERRY CHRISTMAS for each and all of you - full of good things and good people, lots of joy and health and a little drink on the side!!
And.. LOVE!!! (thanks for reminding me :) )
Together with dreams, that's what really keeps us alive...
Love & hugs to each one of you!
Susana
Publicada por Susana G Santos à(s) 1:42 pm 0 comentários
December 18, 2005
É dia de Natal!
É dia de Natal! É dia de Natal!
Ouvimos das bocas de quem vai passando.
Por todo o mundo, não só em Portugal.
Pessoas pela primeira vez, se cumprimentando.
Será que esta quadra faz os homens se unirem?
Ou será apenas minha imaginação!!!
Em tempos dos tempos que se imaginem
Quando ainda havia alegria em nosso coração.
É Natal se ouve, sempre em uníssono.
Festas felizes, bom Natal e felicidade,
Chega-se ao Inverno, passou o Outono,
Paz na Terra aos homens, de boa vontade.
É Natal a festa dos pobres e dos ricos.
Natal de alegria, de gente de bem.
Natal de quem pode ajudar; aflitos,
E quem pode dá; a quem nada tem.
Já se ouvem ao longe sinos a tocar.
São uns sons de clamor, a dar os bons dias,
E a todos os mortais, invocando amor,
Poder dar aos outros, serão alegrias.
Já se vão ouvindo, crianças cantando,
Sua voz alegre, cheia de calor
A sua alegria no ar espalhando,
Com suas palavras, tão ternas de amor!
Crianças, que são, os inocentes do Mundo.
Que ainda não sabem o que é o mal,
Que perdure nos tempos, acima de tudo.
E que seja de Alegria, não só por ser Natal.
José Guerreiro
Publicada por Susana G Santos à(s) 5:19 pm 0 comentários
Intro in 4 tempos – 2
Books, travel logs, photos, quotes. Poems written by you or by others. Everything you feel like sharing and telling others about.
It’s like a party at my place… where my friends meet, discuss - or debate :) - in small groups, exchanging opinions and impressions.
This is where you pack before you leave. Somewhere.
Pack your luggage.
With scents and flavours, memories and friends. With moments.
Phrases said, written, read. A tear, a glance, a smile. At something.
For some reason, you’ve changed, and are not the same anymore.
See you next time…
Publicada por Susana G Santos à(s) 4:51 pm 0 comentários
December 11, 2005
Intro a 4 tempos - 1
Livros, relatos de viagens, fotos, citações. Poemas escritos por ti ou por outros.
Tudo aquilo que queiras partilhar e divulgar.
É como uma festa em minha casa, onde todos os meus amigos se encontram, onde discutem em pequenos grupos, onde trocam impressões e opiniões.
É aqui que a mochila se enche.
De amigos, memórias, de cheiros e sabores. De momentos.
Frases ditas, lidas, escritas, um sorriso, um olhar, uma lágrima.
Por alguma razão, mudaste, já não és a mesma pessoa.
Até breve...
Publicada por Susana G Santos à(s) 10:05 am 0 comentários