July 20, 2010

Mindfulness with Baby: Yes, it’s possible!

acho um post que inspira os pais.



Mindfulness with Baby: Yes, it's possible!

 Diana Winston em 20-07-2010


The author and child
By Diana Winston
The most common question I get as a mindfulness teacher and new mom — right after "Has she slept through the night yet?" (FYI, no!) — is: "Are you still able to meditate?"
The implication is that amid the chaos of a wailing, demanding, pooping baby, my formal meditation practice would likely find itself out the window. And that's sort of true… Well, depending on how you define meditation practice.
No, I rarely sit on my cushion these days. I did move my zafu into my bedroom for those chance nights when my ten-month old is asleep and I have the energy to sit up properly. Unfortunately those nights are rare. Now the puffy zafu has become my daughter's favorite obstacle course: Can she climb it with a single bound?
So formal sitting practice is sort of, well, on hold, for a decade or more.
But life practice — day-to-day mindfulness with baby — is alive and well, and… perhaps more profound than I ever would have imagined. And here's how it works.


  • I'm mindful when I breastfeed. That's a no brainer. There's not a lot you can do while breastfeeding. You're just sort of sitting there. So I tune into her breathing or my own breathing, trying to have no agenda, to just be. I attend to the little slurps and my own blissy feelings. I try to reel my mind back when it goes astray, but often, since she's so damn present (and occasionally pinches me if I space out), mindful "breath-feeding" has become second nature.
  • I'm mindful when I walk. I take walks with her in a sling. Up and down the street, through my neighborhood. When she's awake it's challenging as she needs to interact with every dog we encounter. But when she sleeps, I enter my body. My consciousness slips down into my feet and legs. My back-body comes alive. I enter a state of full presence and we walk together in mindfulness.
  • I meditate when I change her millionth poopy diaper. As I lean over to drop a soiled diaper in the bucket I feel my body, notice my hand against her to protect her from rolling off the table, mindfully connect with the physical act. I notice my mindstate, am I agitated? Am I hoping she doesn't wriggle and fuss? Am I thinking of something else? Am I present or miles away?
  • I'm mindful when I'm simply observing her. When she turns and twists and rolls and explores, I bring my awareness into my body and also include her. So I am not rigidly focusing on her, but letting her be a part of the larger field—while staying in my internal seat. She seems so naturally mindful—I just attune to her.
Truthfully, the variations are endless. Formal practice may be obliterated, but of course I meditate now. What else would I be doing? Mindfulness in the midst of chaos, responsibility, activity, life itself.
Diana Winston is the Director of Mindfulness Education at UCLA's Mindful Awareness Research Center. She is the author (with Sue Smalley) of Fully Present: The Science, Art, and Practice of Mindfulness.

May 27, 2010

O elogio fúnebre de Maria José Morgado a Saldanha Sanches

leiam esta carta, se puderem. 
 
"Zé Luis: começámos esta tua última viagem (tu gostavas de viagens) na cama 56 dos serviços de cirurgia 1 do Hospital de Santa Maria. Lia-te poesia e um dia parámos neste poema da Sophia de Mello Breyner:

”Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A Força dos teus sonhos é tão forte,
Que tudo renasce a exaltação 
E nunca as minhas mãos ficam vazias”.

Assim foi.

No teu visionário e intenso mundo, a voracidade de um cancro traiçoeiro não te consumiu a alegria, a coragem, a liberdade. Entraste pela morte dentro de olhos abertos. O mundo que habitavas era rico de ideias, de sonhos, de projectos, de honradez e carinho. Percebemos o que ia acontecer quando no fundo do teu olhar sorridente brilhava uma estrela de tristeza. Quando te deixava ao fim do dia na cama 56 e te trazia no coração enquanto descia a Alameda da Cidade Universitária a respirar o teu ar da Universidade, das aulas e dos alunos que adoravas, do futuro em que acreditavas sempre.

Foste intolerável com a corrupção, com os cobardes e oportunistas. Não suportavas facilidades. Resististe à sordidez, à subserviência, à canalhice disfarçada de respeitabilidade e morreste como sempre viveste - livre.

Uma palavra para aqueles que te acompanharam nesta última viagem: para os melhores médicos do mundo, para as melhores equipas de enfermagem e de apoio, num exemplo de inexcedível dedicação ao serviço médico público. Vivi com emoção diária o carinho com que te cuidaram.
Uma palavra de gratidão sentida para o Professor Luis Costa e para o Paulo Costa. E para um velho amigo de sempre o Miguel.

Também para Laura e para o Jorge e para a minha mãe e toda a família que nunca te deixou. Por fim uma palavra para aqueles amigos que inventaram uma barricada contra a morte no serviço de cirurgia 1, cama 56, e te ajudaram a escrever, a pensar, a continuar a trabalhar: o João Gama, o João Pereira e senhor Albuquerque, cada um à sua maneira.

Suspiraste nos meus braços pela última vez cerca da 1,15 da madrugada do dia 14 de Maio. Vai faltar-me a tua mão a agarrar na minha enquanto passeávamos e conversávamos.

Provavelmente uma saudade ridícula, perante a força do exemplo e da obra que nos deixaste e me foi trazido por todos aqueles que te homenagearam – a quem deixo a tua eterna gratidão.

Tenham a coragem de continuar.

16.05.2010 - Maria José Morgado

(O elogio fúnebre de Maria José Morgado a Saldanha Sanches)

January 17, 2010

Árvores e arvoredo


Árvores e arvoredo

Por Joaquim Letria

CADA ÁRVORE É UM SÍMBOLO, quer dizer uma coisa. A tília significa tolerância, o carvalho, força, a faia, companhia, a azinheira, resistência, o álamo, flexibilidade, a palmeira, graça. A palmeira é, também o símbolo do triunfo, do poder.

Os nossos emigrantes que voltavam ricos do Brasil plantavam palmeiras, com elas querendo significar poder, mas também gratidão. Porém, as famílias mais antigas que resistiram aos apelos atlânticos, passaram as palavras e as ideias de geração em geração debaixo das tílias. Talvez porque as tílias são as árvores que melhor sabem escutar conversas e guardarem segredos de entre todas as árvores.

Gostava de ter uma tília que desse sombra para os meus netos e crescesse com os meus jacarandás. Ver as horríveis máquinas oficiais a cortarem plátanos centenários e derrubarem sobreiros seculares, assusta-me e lembra-me onde vivo, onde é impossível plantar uma tília gigantesca onde todos pudéssemos sentar-nos, falarmos, entender-nos e perdoar-nos. Talvez por isso não há árvore que resista à moto-serra com que nos amputam os sonhos e os desejos, confundindo tudo num impossível arvoredo.
«24 horas» de 15 de Janeiro de 2010