July 28, 2008

a bola

July 25, 2008

Quinta da Fonte...




Limpeza étnica - por Mário Crespo
O homem, jovem, movimentava-se num desespero agitado entre um grupo de mulheres vestidas de negro que ululavam lamentos. "Perdi tudo!" "O que é que perdeu?" perguntou-lhe um repórter. "Entraram-me em casa, espatifaram tudo. Levaram o plasma, o DVD a aparelhagem..." Esta foi uma das esclarecedoras declarações dos auto desalojados da Quinta da Fonte. A imagem do absurdo em que a assistência social se tornou em Portugal fica clara quando é complementada com as informações do presidente da Câmara de Loures: uma elevadíssima percentagem da população do bairro recebe rendimento de inserção social e paga "quatro ou cinco euros de renda mensal" pelas habitações camarárias. Dias depois, noutra reportagem outro jovem adulto mostrava a sua casa vandalizada, apontando a sala de onde tinham levado a TV e os DVD. A seguir, transtornadíssimo, ia ao que tinha sido o quarto dos filhos dizendo que "até a TV e a playstation das crianças" lhe tinham roubado. Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro público não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência. A culpa não é só de quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul. É inexplicável num país de economias domésticas esfrangalhadas por uma Euribor com freio nos dentes que há famílias que pagam "quatro ou cinco Euros de renda" à câmara de Loures e no fim do mês recebem o rendimento social de inserção que, se habilmente requerido por um grupo familiar de cinco ou seis pessoas, atinge quantias muito acima do ordenado mínimo. É inaceitável que estes beneficiários de tudo e mais alguma coisa ainda querem que os seus T2 e T3 a "quatro ou cinco euros mensais" lhes sejam dados em zonas "onde não haja pretos". Não é o sistema em Portugal que marginaliza comunidades. O sistema é que se tem vindo a alhear da realidade e da decência e agora é confrontado por elas em plena rua com manifestações de índole intoleravelmente racista e saraivadas de balas de grande calibre disparadas com impunidade. O país inteiro viu uma dezena de homens armados a fazer fogo na via pública. Não foram detidos embora sejam facilmente identificáveis. Pelo contrário. Do silêncio cúmplice do grupo de marginais sai eloquente uma mensagem de ameaça de contorno criminoso - "ou nos dão uma zona etnicamente limpa ou matamos." A resposta do Estado veio numa patética distribuição de flores a cabecilhas de gangs de traficantes e auto denominados representantes comunitários, entre os sorrisos da resignação embaraçada dos responsáveis autárquicos e do governo civil. Cá fora, no terreno, o único elemento que ainda nos separa da barbárie e da anarquia mantém na Quinta da Fonte uma guarda de 24 horas por dia com metralhadoras e coletes à prova de bala. Provavelmente, enquanto arriscam a vida neste parque temático de incongruências socio-políticas, os defensores do que nos resta de ordem pensam que ganham menos que um desses agregados familiares de profissionais da extorsão e que o ordenado da PSP deste mês de Julho se vai ressentir outra vez da subida da Euribor.

July 16, 2008

'It all comes back to you!'

I recommended you to check out 'It all comes back to you!' on connect2earth, the new online community from WWF and IUCN - the World Conservation Union.

To view It all comes back to you! click on the link below:

http://www.connect2earth.org/content_pages/comes_back.cfm

July 14, 2008

Cápsulas do Nespresso para IPO

Olá a todos,
Venho solicitar a vossa ajuda para um novo "projecto" do IPO.
No meu turno de voluntariado tivemos a ideia de desenvolver um projecto com as crianças que nos recorda a importância de reaproveitarmos os materiais a custo zero com uma actividade muito criativa. Vamos fazer esculturas com as cápsulas usadas da Nespresso!
Peço por favor a quem tiver máquinas da nespresso que não deite as cápsulas usadas do café para o lixo, e porquê? Podemos utilizar essas cápsulas, limpá-las, desinfectá-las e vamos fazer umas esculturas e umas telas. A ideia é reciclar as cápsulas dos cafés e fazer telas e esculturas com elas, dependendo claro do número que consigamos arranjar.
Peço-vos que juntem as vossas cápsulas depois de fazer os cafés, pode ser num saco e depois enviem para a Acreditar :
ACREDITAR
A/C Filipa Carvalho
Rua Prof. Lima Basto, 73
1070-210 LISBOA

Telefone: 217 22 11 50
Fax: 217 22 11 51
E-mail:acreditar@acreditar.pt

Não precisam de as limpar porque nós tratamos disso. Tentem não as amolgar, porque depois é mais fácil trabalhá-las nas nossas "obras de arte".
Vamos estar a aceitar cápsulas até ao final do ano.
Se conhecerem alguém entre os vossos conhecidos ou vocês mesmos que queiram contribuir com algumas telas (de qualquer tamanho) também poderão trazer.
Juntem as vossas cápsulas, as dos vossos primos, tios, amigos...amigas e tragam-nas.
Obrigada pela vossa ajuda.

De volta :-)

Olá, pessoal! :-)

Depois de uma longa ausência, motivada por uma série de mudanças (todas para melhor, espero ;)), aqui estou de volta aos blogs.
Serei uma presença menos assídua que antes mas conto passar por cá ao fim-de-semana.

Vamos então às recomendações desta semana:

1. Coroas de flores secas - para casamentos, comunhões e outras festas: Coroas de Flores Secas
2. Informações úteis e interessantes sobre nutrição, para manter e melhorar a nossa saúde: Real Age. Vejam, por exemplo, as qualidades dos coentros (aqui) ou como fazer batidos de fruta mais saudáveis (aqui).

Até já :-)
Susana

July 12, 2008

Quanto de ti, Amor...

Quanto de ti, amor, me possuiu no abraço
em que de penetrar-te me senti perdido
no ter-te para sempre -
Quanto de ter-te me possui em tudo
o que eu deseje ou veja não pensando em ti
no abraço a que me entrego -
Quanto de entrega é como um rosto aberto,
sem olhos e sem boca, só expressão dorida
de quem é como a morte -
Quanto de morte recebi de ti,
na pura perda de possuir-te em vão
de amor que nos traiu -
Quanta traição existe em possuir-se a gente
sem conhecer que o corpo não conhece
mais que o sentir-se noutro -
Quanto sentir-te e me sentires não foi
senão o encontro eterno que nenhuma imagem
jamais separará -
Quanto de separados viveremos noutros
esse momento que nos mata para
quem não nos seja e só -
Quanto de solidão é este estar-se em tudo
como na ausência indestrutível que
nos faz ser um no outro -
Quanto de ser-se ou se não ser o outro
é para sempre a única certeza
que nos confina em vida -
Quanto de vida consumimos pura
no horror e na miséria de, possuindo, sermos
a terra que outros pisam -
Oh meu amor, de ti, por ti, e para ti,
recebo gratamente como se recebe
não a morte ou a vida, mas a descoberta
de nada haver onde um de nós não esteja.
Jorge de Sena
in Visão Perpétua

..descobri este texto num blog

http://infinito-pessoal.blogspot.com/

e como este muitos mais!!!!!