O Jogo Preferido - Leonard Cohen
Uff... já passaram 3 meses desde que escrevi isto. O tempo tem passado tão rápido este ano!... Ou sou eu que não paro, está sempre a acontecer qualquer coisa... E ainda bem! como me disse um amigo há uns tempos, é sinal que estou viva, com saúde e que tenho trabalho. :-)
Antes de devolver o livro ao dono, quero registar dois excertos que me marcaram. Por me identificar ou identificar momentos da minha vida com eles.
É sempre assim, não é? Os livros que consideramos 'muito bons' são aqueles que nos marcam, a maior parte das vezes porque neles revemos algo nosso.
"Nem sempre temos a sorte de encontrar alguém que partilhe connosco a visão do que acreditamos vir a ser. Shell e Breavman (...) olhavam um para o outro com essa extraordinária generosidade."
"A ausência de Shell apunhalou-o passados alguns segundos. (...) E com esse sentimento veio o fardo da solidão que ele sabia não conseguir suportar? Por que estavam eles em cidades diferentes?
Correu até ao Hotel (...). Marcava o número (...). O telefone tocou 9 vezes (...)
L - Casa comigo! É isso que quero.
Uma longa pausa.
S - Lawrence, não podes tratar as pessoas assim.
L - Casas comigo?
(...)
Oh, a voz dela era tão bonita.
(...)
L - Eu amo-te, Shell.
De novo uma longa pausa e (Lawrence) Breavman pensou tê-la ouvido chorar.
L - Amo. De verdade.
S - Por favor, vai-te embora. Eu não posso ser o que tu precisas.
(...)
L - Shell isto é uma parvoíce, falarmos asim, seiscentos quiónetros entre nós Vou para Nova Iorque.
S - Tens dinheiro?
(...)
L - Vou ter contigo.
S - Espero que sim. Não quero esperar por ti se não pretendes mesmo vir.
L - Shell?
S - Sim.
L - Ainda sobrou algua coisa?
S - Não sei.
L - Depois falamos.
S -Está bem. Agora despeço-me.
As últimas palavras foram proferidas com a sua voz antiga, a voz que o aceitava e o ajudava realizar as suas ambições. Era triste ouvi-la. Quanto a si próprio, esgotara a emoção que o impelira a fazer o telefonema. Já não precisava de ir para Nova Iorque."