October 04, 2008

Stress...num hospital

Caros amigos e companheiros dos dias de enorme stress,

A doença no nosso século segundo os especialistas na matéria. Qualquer que seja o sintoma ou sinal que sintam, se forem ao médico, a resposta é sempre a mesma:Stress. Stress?, perguntamos nós...oh Srº drº tem a certeza, olhe que acho que tenho uma ligeira febre e dói-me aqui e ali. O médico parado olha para nós e repete: Stress. Mas será que ele não sabe dizer mais nada...não podemos simplesmente sair do consultório com um diagnóstico de stress. Com que cara chegamos a casa e dizemos: Sofro de Stress...tem a certeza doutor...porque não uma análise ao sangue ou outro tipo de exame, mas nada de doloroso porque já estou no estado em que estou. Eu não posso dizer, depois de ter deixado toda a minha gente preocupada que sofro de Stress. Uma coisa é chegar a casa e dizer que apanhei uma virose, ou que a dor é uma cólica com um daqueles nomes que só mesmo lendo a literatura médica...agora Stress...não pode pensamos nós. E o médico continua, num discurso que até pode ser verdade, dizendo que temos de tentar levar uma vida mais calma...calma...calma já tivemos nós de ter quando entramos no Hospital e o primeiro confronto é a estúpida da máquina das senhas que de tanta especialidade descrita ficamos na dúvida se não será melhor tirarmos logo a do pagamento e despachar o assunto. Mas não, há especialidades para tudo, mas acho que nunca vi a do Stress. E então tiramos a de atendimento geral, porque algumas especialidades assustam só de pensar nos horrores de certos exames médicos. Por isso, pelo menos tentamos que seja algo simples, mas demonstrável e nada de Stress. Depois moídos pela doença aguardamos feitos parvos a olhar para um ecrã onde os números vão passando e começamos a questionar se escolhemos a melhor especialidade. Porque há umas que são atendidas mais depressa que outras. E no ecrã as imagens vão passando. O mais fabuloso é que a administração do hospital deve pensar que somos todos entendidos em linguagem gestual, ou sabemos ler os lábios como ninguém e por isso a maior parte destas televisões com dupla função apenas emite o som, pim, de mudança do número de atendimento. Portanto pim a pim vamos observando e tentando perceber alguma coisa...uma coisa é certa sempre estamos distraídos. Isto de tivermos direito a um lugar sentado, porque nunca há cadeiras que cheguem e quando uma é desocupada, assiste-se a um espectáculo notável. O jogo das cadeiras, mas jogado no meu ponto de vista de forma errada, porque normalmente temos de correr à volta da cadeira e quando a musica pára é que nos tentamos sentar...ali não, e acho que a culpa é do pim da televisão que deixa o pessoal tão atordoado que se atiram logo para a cadeira. O mais engraçado é o ar glorioso do vencedor. Herói, porque consegui-o a cadeirinha e poderá ouvir o pim, pim confortavelmente sentado. Emocionante não é. E Finalmente chega a nossa vez e lá vamos nós. E agora sim...ficamos preocupados com a nossa sanidade mental, porque temos a certeza que tiramos a senha de uma determinada especialidade, mas a pergunta é sempre a mesma: Exame ou consulta e que tipo de consulta? Fico a pensar se não era preferível ter ido a um hospital público, porque agora a moda é das pulseiras coloridas. Devem-se ter inspirado nas pulseiras que as grandes instâncias balneares colocam nos nossos pulso...mas como ouvi dizer que as bebidas não são gratuitas preferi ir usar o meu cartão do seguro de saúde que nunca está no sítio certo na hora de o apresentarmos. Como se uma pessoa quando se sente mal, se lembra-se se tem todos os cartões...se estamos mal, tentamos chegar ao hospital o mais rápido possível. Enfim...encontramos o cartão e começa o processo de inscrição...papel para aqui, dedilhar no teclado para lá, mais papel e quando chega o momento de assinar o papel até respiramos fundo...problema....caneta. Em alguns hospitais já fornecem a caneta, mas não vá o diabo tecê-las está presa a um fio, tão comprido mas tão comprido que com esta minha altura enorme tenho de me colocar em bicos dos pés para conseguir assinar...uma pessoa quase que fica curada de algum problema para o qual fosse necessário recorrer a um endireita. E depois, com um sorriso calmo, como eu os admiro, dizem, pode ir para o corredor x, virar no y, e quando vir as escadas do lado esquerdo soba ao piso D e depois...ok...ok....atiro-me já é da janela, porque assim entro directa de maca. Eu Já estou tonta, com tanta escada vamos é lá ver se não deveria ter tirado era a senha da cardiologia, mas só de pensar em esperar outra vez e não me apetecendo por estar demasiado cansada jogar às cadeiras é preferível enfrentar o circuito até à porta do gabinete do médico...E lá vamos nós. E começa a eterna espera. Médicos de um lado para o outro, enfermeiros com sacos de soro para um lado ou outros recipientes que nem queremos saber o que é. As auxiliares da limpeza que numa contribuição exemplar encharcam o chão, julgo que num misto de acordo com o pessoal de ortopedia, porque se gostam de ver patinagem, o piso de um hospital é um excelente local e o preço talvez ela por ela relativamente ao pavilhão atlântico.
E enquanto esperamos, vamos tentando pensar sobre o que sentimos, para não chegarmos ao médico e ficarmos à espera que com um simples olhar eles nos diga o que temos. O problema é que nesta zona de espera, começamos a ouvir as queixas dos vários doentes que nos rodeiam. Um de cabeça partida, porque escorregou na rua, outro que meteu o dedo não sei bem onde, outro que comeu algo estragado...ali é que deviam sentar os estagiários de medicina, porque aprendemos imenso e de tal forma que quando finalmente chega a nossa vez e entramos no consultório já não sabemos muito bem o que temos. Porque ao fim de algumas horas de espera, já temos mais doenças que um rato de laboratório.
Tanta espera, tanto esforço, tanto sofrimento e depois: Stress....É demais...E depois o tratamento esperado....ficamos á espera de uma lista de exames, comprimidos...mas não...vá para casa descansar...ahahah Oh doutor tire-me sangue, qualquer coisa, pelo menos depois de ter esperado tanto, tenho de levar um comprovativo algures num braço ou ninguém acredita em mim...não...e um penso rápido...eu não posso chegar a casa e dizer que é Stress...mas não e não convem abusar da sorte, porque a psiquiatria é mesmo ao fundo do corredor e se não tivermos cuidado, mais 3 horas de espera para sermos atendidos pelo psiquiatra e cá vamos nós outra vez, e aí é bem pior porque ouvi dizer que agora já não possuem aqueles sofás confortáveis onde pelo menos ainda descansávamos um pouco e compensava o preço...portanto, a consulta acaba, temos Stress, levamos a receita de umas vitaminas e um bilhete de avião para descansarmos e fugirmos ao Stress...que eu acho que é impossível...só mesmo algures no Pólo Norte. E finda a consulta...vamos para casa...mais descansados no fundo, porque apesar de temos para sermos espetados por uma agulha não era agradável... até é um alívio sair apenas com umas vitaminas e podermos ir descansar....ahahaha...daqui a umas horas porque...pim, pim, pim....senha para pagamento...não preciso de dizer mais nada...certo????

(...inspirado numa ida ao Hospital por causa de uma gripe e muita imaginação!!!!)

1 comment:

Susana G Santos said...

A ler com calma logo à noite :)